Zona morta coclear – Saiba o que é

A transmissão do som feita pelo sistema tímpano-ossicular provoca um movimento de pistão do estribo junto à janela oval.  Quando o estribo oscila, a vibração de sua platina é transmitida à perilinfa, provocando por sua vez vibrações na base da cóclea. Com o movimento da membrana basilar, o deslocamento dos cílios produz variações do potencial elétrico, o qual estimula os terminais nervosos do nervo coclear, desencadeando o potencial de ação. Com a formação de potenciais, ocorrem contrações nas células ciliadas externas, em fase com a frequência sonora estimulante que amplificam a vibração da lâmina basilar, fazendo com que os cílios mais longos das células ciliadas internas entrem em contato com a membrana tectória e inclinem-se.

Esta estimulação despolariza as células ciliadas internas e provoca a abertura de canais de potássio, formando potenciais receptores que levam á liberação de neurotransmissores, formando-se uma mensagem sonora eletricamente codificada, enviada através do nervo coclear ao sistema nervoso central.

A ZMC é caracterizada pela diminuição da atividade funcional das células ciliadas internas e também pela falta de funcionalidade dessas estruturas, que impedem a passagem da informação para o sistema nervoso central pela membrana basilar.

A ZMC pode ser encontrada em baixas, médias e altas frequências. Para ela, a ZMC em baixas frequências, se apresenta com perdas auditivas de 40-50 dB e limiares próximos da normalidade em médias e altas frequências; nas médias frequências, a audição é melhor nas baixas e altas frequências, característico de um audiograma em “U”, mas não é o mais comum. O mais encontrado é a perda em altas frequências, que é caracterizado pelas perdas em rampa, onde os limiares pioram com o aumento das frequências (mais que 50db/oitava). Desta forma, essa característica de perda auditiva, pode ser encontrada em patologias como, presbiacusia, perda auditiva induzida por ruído (PAIR) e ototoxicidade.

Prováveis causas de zona morta coclear

A cóclea é um órgão de cerca de 9 mm de diâmetro com estrutura cônica composta por três “tubos” paralelos que se afilam da base para o ápice. Esse órgão se organiza tonotopicamente, na base se concentram as frequências agudas e no ápice as graves. Neste trabalho trataremos do tipo mais comum de ZMC, que é o de altas frequências. A presbiacusia, o PAIR e a ototoxicidade são patologias que afetam a parte basal da cóclea, onde se concentram as altas frequências, portanto são consideradas possíveis causadoras de ZMC.

A solução encontrada por alguns fabricantes de aparelhos auditivos foi utilizar uma tecnologia chamada compressão de freqüência, que transforma os componentes de frequencias altas em frequencias baixas. Porém, o método que o som é trabalhado que difere dos demais. Neste, o espectro sonoro é comprimido em uma faixa mais estreita, sendo percebido de maneira mais grave, porém preservando a distribuição das ondas sonoras e suas interrelações na mensagem ouvida. Diversos estudos mostram os benefícios que são notados com a utilização da compressão de freqüência, visto que comprovadamente os usuários dessa tecnologia conseguem ouvir sons antes não ouvidos e que são importantes para um bom reconhecimento de fala.

Fgo. Wagner Dias

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